O Médium Umbandista
O trabalho mediúnico é acima de tudo um ato de amor! Um ato de amor consigo, pois você será o maior beneficiado. Se engana quem pensa que o trabalho mediúnico é uma missão, um sacrifício que tem que ser desempenhado para ajudar aos outros. Quando estamos irradiados ou incorporados com nossos guias, estamos sendo tomados pela fé e pelo amor, estamos recebendo conhecimento, a justiça e a necessidade de executar a lei se funde em nossos corpos, evoluímos como ser humano e espirito e a cada oportunidade concebemos um novo ser, você, um pouco melhor. Depois de receber todas essas energias divinas e sendo um ser melhor envolvido por todo este amor, ai sim podemos ajudar ao próximo.
“Mais importante do que incorporar um guia, é incorporar os valores que eles nos ensinam.”
O médium umbandista, é o umbandista que resolveu desenvolver sua mediunidade, se ajudar e trabalhar em prol da nossa Umbanda. O trabalho do médium é voluntário, pois na Umbanda praticamos a caridade.
Diferente do que muitos falam, o trabalho é totalmente opcional, e deve trazer prazer e realização a quem pratica, ninguém tem obrigação de assumir esta atividade! Nenhuma entidade jamais irá obrigar um médium a nada.
São várias as atividades que os médiuns podem desempenhar dentro de uma tenda umbandista, mas as mais comuns são: Cambones, Ogãs, Curimba e médiuns incorporantes.
Os Cambones, são responsáveis por toda a organização e manutenção da ordem durante os trabalhos. São eles que garantem que as regras do local sejam compridas, a sequência do atendimento aos consulentes seja respeitada, orientam os consulentes para que os mesmos não fiquem com dúvidas durante um atendimento com uma entidade, anotam os acontecimentos para efeitos legais e para que os dirigentes saibam sobre os ocorridos durante o trabalho espiritual. Muitas vezes, a função de cambone é feita por médiuns em desenvolvimento para que os mesmos possam se familiarizar com a forma de trabalho das entidades e aprender na prática, mas também tem aqueles que não estão em desenvolvimento, são médiuns sensitivos que como cambones, percebem tudo o que está acontecendo ao seu redor e indicam ao Ogã e entidades em terra que uma determinada situação está ou irá acontecer.
Ogã e Curimba, estes são responsáveis pelo ritmo da gira. O Ogã é o médium responsável pelos atabaques e a Curimba pelo canto dos pontos. O som do atabaque direciona toda a vibração e movimentação de energia durante os trabalhos, através da sua experiência e sensibilidade e com o apoio dos cambones, o ogã pode sentir a necessidade de acelerar ou desacelerar a movimentação de energia necessária e a curimba é responsável por puxar os pontos cantados, que na Umbanda funcionam como mantras ou rezas e orações. O toque do atabaque e os pontos cantados, fazem parte do rito da Umbanda e são de vital importância na manutenção e direcionamento das energias, com isso as entidades podem manter a concentração e foco quase que exclusivo a consulente que está sendo atendido naquele momento.
Médiuns incorporantes são aqueles médiuns já desenvolvidos, que incorporam nossos guias durante os trabalhos. Uma vez incorporados e com a autorização dos dirigentes, iniciam o atendimento aos consulentes.
A Umbanda é uma religião brasileira, nova e ainda em formação, tem por base a liberdade, e a caridade sem preconceitos e cada tenda, terreiro, centro de Umbanda tem regras próprias para o atendimento e para os médiuns, mas todas têm em comum, o atendimento aos consulentes pelos nossos Caboclos, Pais e mães velhos, Exus e Pomba-giras. Outras linhas de trabalho como Eres, Baianos, Boiadeiros, Ciganos, Marinheiros, Cangaceiros, Malandros, Exu e Pomba-gira mirim, Linha do Oriente e muitos outros, são tão importantes quanto as linhas base, mas não são todas as tendas que trabalham com todas as linhas. Essas variações tornam o trabalho de desenvolvimento mediúnico quase que único a cada terreiro, e mesmo que tudo na Umbanda tenha fundamento, como o fumo, a bebida, as vestes e as linhas de trabalho, cada casa decide como irá fazer o seu rito, por isso irmão, antes de pedir para fazer parte do corpo mediúnico de uma tenda, participe dos ritos na assistência, conheça a linha de trabalho e a forma de trabalho da casa. Converse com o dirigente, exponha seu desejo de fazer parte do corpo mediúnico e suas expectativas, converse com os outros médiuns da casa para saber a opinião deles, principalmente se você estiver vindo de outra casa, e se após esta etapa você sentir no coração que quer participar, seja muito bem-vindo!
Os médiuns de Umbanda são seres humanos normais, trabalham, estudam, namoram, casam, descasam, passeiam em shoppings, vão ao cinema, a bares e restaurantes e etc. Na Umbanda, não fazemos voto de castidade, não fazemos voto de pobreza, não temos que virar santos, isso é um conceito católico! Lógico que todos nós, seres humanos, devemos sempre buscar pela reforma íntima, devemos nos afastar dos vícios, devemos procurar sempre fazer o bem, devemos sempre emanar amor, a nós e ao próximo, mas isso serve para todos! Dos médiuns só pedimos para respeitem os preceitos, 24 horas antes da gira. Portanto irmão, não ache estranho quando encontrar um médium que conheceu dentro da tenda, em uma atividade normal do dia a dia, somos todos irmãos e seres humanos com as nossas imperfeições buscando evolução.